27/06/2013 às 08h50
CARREIRA: PESSOAS CERTAS NO LUGAR CERTO

 Por Leonardo Siqueira Borges

Para exemplificar o caso sugiro que pensem em um atleta maratonista, especialista em grandes distâncias e que tem uma capacidade de resistência para correr vários quilômetros para atingir seu objetivo. Se o seu treinador mudar a participação dele para uma prova dos 100 metros rasos, qual será o resultado dele? Com certeza ele completará a prova. Mas não irá vencer, pois não é sua especialidade. E o que irá acontecer com ele? Provavelmente ficará insatisfeito com seus resultados, estressado e infeliz. Muitas vezes nas organizações percebemos esse tipo de situação: pessoas altamente capacitadas em lugares errados, que deixam de produzir o seu melhor para trabalhar em uma área que não tem nada a ver com seus conhecimentos e o que é pior - gerando insatisfações dos funcionários, rendendo menos e reclamando sempre.

    Temos que aumentar a consciência do subaproveitamento para a empresa e o funcionário. Importante destacar que mesmo os melhores treinamentos técnicos não conseguem operar milagres se o profissional não tem o perfil comportamental adequado para a função. Você conhece a regra de Jack Welch, ex-CEO da General Electric? De acordo com ele, a regra (20 - 70 - 10) representa a curva de vitalidade da empresa, fundamentada nos pilares que seguem abaixo.
- Os 20% melhores: são os que podemos identificar como estrelas. São aqueles que fazem as coisas acontecerem. Sendo assim, você não deve permitir que eles partam, ou seja, precisa reter esses talentos.
- Os 70% que compõem a média: são aqueles que fazem roda girar. São necessários dentro das organizações e nesse caso, a empresa precisa identificar se estão nos lugares certos para gerar os resultados esperados, além de merecer constante atenção, pois alguns destes talentos poderão passar para o grupo seleto dos 20%.
- Os 10% de pior desempenho: são os mais problemáticos, descontentes e desmotivados. São os que contaminam o ambiente de trabalho, costumados a "ver o copo meio vazio", só reclamam e não fazem nada para melhorar. Cabe ao líder recuperar alguns deles para a zona dos 70%. Caso a liderança não tenha sucesso, os profissionais que pertencem a esse grupo são os que quando chegam às crises, o gestor deve permitir que saíam da organização e sejam felizes em outro lugar.

 

    Em que lado você pretende estar? Espero que busque sair dos 70% e queira entrar no grupo dos 20%, mas para isso é preciso fazer a diferença, desafiar-se e surpreender. E você - gestor - tem grande importância com seus funcionários. Isso, por exemplo, ocorre na oportunidade de fazer uma boa avaliação de desempenho, já que essa ferramenta irá permitir que você exerça o papel de coach - ação fundamental para a orientação e o direcionamento de carreira dos membros da sua equipe.
    Finalizando este artigo, claro que é pertinente que as pessoas possam vivenciar novas experiências, conhecer outro processo para crescer e aprender, porém acredito que quando elas se encontrarem, quando a atividade correr no sangue, ali é o lugar certo para elas se desenvolverem e crescerem profissionalmente. As empresas são o campo fértil para elevar a capacidade pessoal de cada um dos funcionários, e quanto mais nós conhecemos os profissionais que trabalham conosco melhor podemos aproveitá-los. A pessoa certa no lugar certo é o grande diferencial competitivo dos últimos tempos.


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